O estigma da saúde mental: porque persiste e como podemos mudá-lo

Publicado em Blog a 02 Novembro 2025

Mulher com cabelo ao vento, com expressão de alegria, veste blusa branca de manga longa com detalhes de renda.

Hoje fala-se mais de saúde mental do que nunca, mas o estigma continua a ser uma barreira. Comentários como “é fraqueza” ou “está assim porque quer” ainda se ouvem, e muitas pessoas continuam a sentir vergonha de pedir ajuda. Em Portugal, estima-se que um em cada cinco portugueses venha a ter um problema de saúde psicológica ao longo da vida. Mesmo assim, 75% das pessoas que enfrentam essas dificuldades dizem já ter sentido discriminação ou comentários depreciativos.

O estigma não é apenas um problema social — agrava o sofrimento. Faz com que muitas pessoas adiem o pedido de ajuda, escondam o que sentem ou se isolem, com medo do julgamento. Este silêncio prolonga o sofrimento e pode tornar a recuperação mais difícil.

Como o estigma se manifesta

  • Vergonha e silêncio: o medo do rótulo leva muitas pessoas a esconder o que sentem.

  • Isolamento: o preconceito afasta amigos, colegas e familiares.

  • Autocrítica: quem sofre pode acreditar que o problema é “culpa sua”.

  • Discriminação: ainda há quem perca oportunidades de trabalho ou estudo por ter um diagnóstico psicológico.

O que podemos fazer

  • Falar abertamente: tratar a saúde mental como tratamos qualquer outro tema de saúde ajuda a normalizar.

  • Ouvir sem julgar: um gesto simples, como estar disponível para ouvir alguém, pode fazer uma enorme diferença.

  • Informar-se: conhecer os factos ajuda a desmontar mitos — a depressão ou a ansiedade não são sinal de fraqueza.

  • Evitar linguagem estigmatizante: dizer “pessoa com esquizofrenia” em vez de “esquizofrénico” dá prioridade à pessoa, não à doença.

  • Apoiar quem precisa: um convite, uma mensagem, ou acompanhar alguém a uma consulta pode significar muito.

  • Participar e sensibilizar: envolver-se em campanhas ou iniciativas locais sobre saúde mental ajuda a criar mudança.

Um compromisso coletivo

Combater o estigma não depende só de quem vive com um problema psicológico — depende de todos nós. Cada conversa aberta, cada gesto de empatia e cada atitude de respeito constroem uma sociedade mais humana e consciente.

Se sentir que algo não está bem consigo, procure um profissional de saúde mental. Pedir ajuda é um ato de coragem — nunca de fraqueza.